Powered By Blogger

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014



Juntei uns 30 anos de escrita no pc e misturando tudo, passado e presente, mentiras e verdades mais íntimas e estou publicando pela Scortecci, o livro cuja a capa está acima. Em breve estarei convidando os amigos e chegados para ve-los pessoalmente e quem sabe até ler o que essas páginas do Baú de Qualquer Coisa, contem. Até lá.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013


Aguarde, vem vindo ai minha próxima publicação literária: Baú de Qualquer Coisa.

CABEÇA


 

 

 

 

Estava,

Estive

Com o umbigo perfurado

Por um dardo

Vazando ali

Das entranhas

Impurezas e do acaso,

Outro se não um vasto

Alo de cores frias

Escorregadias

Que perturbavam

A noite e o dia, entrelaçados.

Das horas que então...

Me ocorria o fato

De eu ter que despertar

Do pesadelo

Instaurado dentro dela.

E por não vê-lo

Além muro, além fronteira

Razão centro

Da perfuração por dentro

As cores, o torpor

Veio então o esgotamento

E por fim o desfalecimento

Dela,

Cabeça que atormentada dorme no nada.

 

 

 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

LONGE DE MIM


Engoliu seco ao ligar o computador, pois a manchete era assustadora: Terremoto mata oito mil e quinhentos na China. Não se assustaria se justamente para lá não estivesse viajado sua namorada Alessandra, repórter de uma grande emissora de radio e televisão no Brasil. Claro, havia viajado para cobrir os jogos de Pequim, mas justamente partiu em viagem antes, para conhecer mais da cultura daquele país. Tomou todas as precauções relativas as limitações que o governo Chinês impõe aos turistas seja de que origem for.Ele acompanhava, semanas antes os protestos do povo tibetano e foi o que mais alertou a namorada, para que ela se cuidasse.

Ligou o rádio, a tv e os noticiários a cada hora aumentava o numero de mortos. Claro, o celular, sempre dava fora de área, seria possível falar com a China, pelo celular? Mas com certeza pela Web, seu último recurso, afinal ela havia levado o LepTop e antes de pensar muito, enviou uma mensagem esperando resposta. Tentou Orkut, MSN. Nada. A família dele; duas tias de Sorocaba e a mãe, havia perecido naquele desastre aéreo em que ninguém assumia a responsabilidade e também Alessandra, tinha perdido o único irmão que num acidente de moto, de maneira que um era para o outro o que o outro era para um, amizade, companhia, parceria, quase irmandade junta com a tesão, muita tesão que um sentia pelo outro. Chamavam isso por aí de amor, mas ele sempre considerou esse papo de coração, amor uma grande baboseira. O que sinto por ela, dizia aos amigos na roda de happy hour ao final do expediente, é tesão. Não tem poesia nisso, quando a gente se toca a coisa acontece e pronto. Mas agora que ela havia viajado para tão longe, batia uma coisa justo no peito, perto do...não é possível, justo no coração. Ficou chateado consigo mesmo, sempre lhe falaram de saudades, mas sempre pensou: chega de saudade, concordo com a poesia dos anos sessenta, quando a musa passa o que mais me interessa é o seu rebolado. E era assim com Alessandra, seu cheiro, sua boca carnuda, seu olhar atrevido e as curvas convidando para serem tocadas como um violão que não verte notas, geme desesperadamente como uma gata maluca na noite sobre o telhado a procura do ninho. Os amigos o chamavam de maluco, de tarado, mas ele não dava ouvido, continuava assim sem limites, quando a encontrava após a happy hour da sexta feira. Um velho safado; pensavam aquelas senhoras do terceiro andar. Mas agora, essa notícia o desviava do devaneio libidinoso, o anuncio dessa tragédia do terremoto quase quebravam as suas pernas. Tv ligada, computador, celular. Enquanto remexia na escrivaninha as papeladas do aeroporto, contrato de viagem, book de agência de viagem, mapas, bilhetes, rascunhos. Shichuan não é possível?! Terá sido para esse inferno que Alessandra se fora? Batia na mesa onde voavam catálogos, fotos de Chengdu, Dujiangyan. Vozes eletrônicas e letras juntas falam de oitocentos estudantes soterrados, vazamento químico, soterramentos. Milhares de mortos, feridos, desabrigados. Nervoso, ele chutou o sofá e cuspiu no chão antes de dar mais um gole no wisk, quando ouviu um som de celular, telefone algo indefinido que o despertou do terrível pesadelo. O despertador tocara e eram cinco da madrugada e ao seu lado um morro entre cobertas, era Alessandra, dormindo. Ele ainda suando frio, a acordou e dando-lhe um abraço disse: nada de viagem, não quero mais esse negócio de você longe de mim.Te amo.

 

Autor: José Carlos Cordeiro

sábado, 6 de julho de 2013

Trecho não revisado do livro: Poemas Ensopados de Mentiras (ainda na gaveta)


 

tempo

 

Sigamos esse tempo que nos leva

navegando entre palácios e presídios

Sóis e escuridão

sigamos sentindo tudo então

a palavra de amigo gentilmente cedida

um pedaço de chocolate, um beijo

 em qualquer parte do corpo

e eu outro escrevo seguindo o tempo

sigamos o tempo.

 

tento

 

Nenhum conceito além da conta

Nenhum poema a escrever

Ver diverso ver

Além da conta

Além do ler


 

Tempo II

 

respeito todas as religiões

todos os céus eleitos

afetos e efeitos

todos os sexos

aporto a porta

do que não tem porta

esmiúço a hora

a palavra

a engrenagem dela

 

 

chego

 

onde nem se vê

gente,

toda coisa que pensa

e se coisa não é

diria até

no bem mesmo

que este bem

 seja de você

que é esse alguém

sem nome

complexo do ausente

chamado leitor

interventor

venha

 


leitor

 

pra quem escrevo

 página a página

passeia por si

no que se encontra além do ser

sejamos elásticos, plásticos

poliedros  camerísticos

sejamos alem conta ser

 

 

paraísos

 

O paraíso tá por aqui

Em mim, em ti

No silencio que nos ronda

Como Chaplin roda

Na cena quando canta e dança

em tempos modernos

 enquanto a orquestra abre

 um paraíso de delícias

e me embriaga

o som

 


 

paraíso 2

 

sonoras

sonâmbula no a van gard

um outro ausente se não

quem entrou na linha?

O paraíso a dois  tá por aqui

complexo do ausente

entre ele, eu e você

tementes que ouvem na noite

discursos previstos

pela métrica do que escrever ao respirar

 

 

paraíso ainda

 

Pertinho de mim, pertinho de ti

Entre os anjos molhados

que correm no riacho que corre...escorre.

Não dança mas se abrem como quem

 Chove sobre pedras

Que escorre

Em nós dos anjos decaídos

Sendo outro nós

Outra circunstancia

Sendo outra circunstancia

De nós

complexo do ausente

 

 

 

 

tocaí

 

Que acordes

Quando hibernas

No verão frio

No the end de mim

 
 

II

 

 

Olha

aquela flor ali

Que se parece com você sem nome

Ela a flor, que hora canto

Que tem alguma coisa dela

Verdade nem que seja de mentira.

 

Mas seja teu ateu

Teu sem etnias

Só mentiras,

Principalmente do amor

 

Ateu ao atado

Atirado ao abismo do

 verso livre da palavra manca

 

vejo vulto voando

o trem passando como eu pelo tempo

das circunstancias

 

 

 

 

amor

 

amor

amor

amor

amor

amor

amor

ardendo o tempo

 

 

Indo

 

Hora vendo

Ora crendo

Hora vindo

hora indo

Indo

Pra onde nem se extinto

 

 



 

III

 

Sinto tua pele

 

Deslizando na geometria

Num sono que se amplia

Num plano que se inicia

Querendo desejando

Navegar náguas fundas

Da simetria

De ti

 

 

 

 

IV

 

Além um cinema

de vindas

Consola-me amar

Oxigena-me querer

Desejar

Sua pele

Sua simplicidade

Talvez por isso eu escreveria

Um poema de amor

Um longo poema...

Daqueles que adentram páginas e páginas

De mentiras

 

 
 

De amor

 

Amor

Amor

Amor

Amor

Amor

Amor

Ardendo tempo intenso

 

 

sábado, 11 de maio de 2013

Dito Popular


 

 

Eu diria que não

Se não até o fim

Eu daria razão

Vazão ao nosso sim

Eu diria que não

Se não até o fim

Eu daria razão

à ti.

 

Quando esse abismo se abril

Samba repercutiu

Na vizinhança...

A notícia correu

Se  deu ou não deu

Que não interessava até então,

Tornou-se cobrança moral

Eticetra e tal

Não nos interessa:

Pois “O coração tem razões

Que a própria razão

Desconhece.”(bis)

Quem gerou não se cria

Quem se cria descraditei

 

Falei!

 

sábado, 27 de abril de 2013