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terça-feira, 17 de maio de 2011

Aos pedaços no Cairo

Temia eu um dia
Ter o sentimento
Que agora em meu peito
Se instaura

Me sinto
Aos pedaços no Cairo
Balança enferrujada das horas
Pêndulo entumecido e estático
De Faucout

Temia eu essa instancia
De verbos no nada
De versos sem sentido
Do nada acontecido
E não mais uma dupla em ação
Ulisses vai para o Norte
Homero noutra direção

Quem me faltem as forças
Que ceguem-me os olhos a luz
Que eu fique em silêncio
No maior dos retiros
Pois estou sem rumo
Perdido na Abey Road.


Eu que vivi durante décadas
A beira do lago azul em Cantervill,
Hoje no deserto sem nome
Vejo fantasmas ao redor
E penso fugir de tudo
E de todos, talvez uma saída
Pro Alabama Grill.

Jogos

Por mais que eu estudasse
O significado de alguns
Jogos humanos
Jamais entenderia
Aquela que a frente da batalha
Se expõe de peito aberto
Se rende aos tiros do adversário
Como se não fosse possível
Omitir-se

Entra na arena e sente de perto
O bafejar dos tigres
Deus meus! Qual a questão em pauta
Jogo, complexo, jogo
Onde se quer chegar?
Nos dados e nas cartas
Que se põe sobre a mesa imaginária
Onde se expões inimigas
Opositoras mãos,
Então

Homero vai para um lado
Ulisses noutra direção
E no fundo escuro do poço
Ouve-se o eco de quem,
Evitando o lamento
Constata a verdade
Que hora se mostra
Nítida
Transparente em nós
Partilhados
E sós.

PeQuenAs LeTraS

E aquele medo de ser pego
as escondidas
onde o silencio impera
e nada se explica,
e dele mesmo ouço saírem
silvos vivos de sensações
De quem tocada por dentro, fremente
Geme e sente
No vale dos assombrados
ecoando tais canções
E até os monges que vivem
em cavernas, exilados
captam tais trinados
e com elas fundem mantras
e buscam resultados sagrados
Mas é apenas o amor, que as escondidas
Expressa na profundidade
Paraíso-Hades
Vida.


II

O lanche da tarde
Foi bela ao sol
Próximo da janela
Umas curvas inexplicáveis.

Vivas de encanto
Enquanto eu, santo
Anjo em pecado,
Sorvo delicias do teu pescoço
Seio, cintura, coxas
Que assimilo com os dedos

Deixando marcas na sua memória;
E como quem datilografa. Grafa.

Sorri o riso que negava
E faz-me poeta que pensou,
Tudo renunciara.

E pela rua cantando
Sairia anunciando
Primaveras no seu peito

Anja intocada
Não por nada,
Dá-me tua mão,
desejo
Somente a tua mão
E já basta
Um paraíso no beijo.

E derretido
Os nervos, as sensações
Em névoa cobre, zinco
Na quentura da fornalha
Que é a vaga tua
Onde evito,
Sem atrito,
Penetrar.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Buscapé Xangô ( de Lé Dantas e Cordeiro)

Buscapé calcanhar do avô
batendo palmas pra Xangô
Abara, mugunza, panelada no fogo
pião.
Todo asfalto pra chegar
A Rio Bahia levará
Para o Sul, Para o Sul
Paraná ô surubim vem cá
Vem...
Bela é Vista ha
Itabuna, Paraíso espiar
Cadaveres, ondulantes
Ferrugens nos metais
Ó cidade, tuas ruas
Sete pragas infernais
Edifica, petrifica
Massa humana mulambenta
se arrastando em bandos
nas cavernas onde automoveis
urram feito animais
Buscapé calcanhar do avô
batendo palmas pra Xangô,
Xangô, Xangô