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terça-feira, 27 de julho de 2010

AS VEZES ME PERCO ENTÃO

NA DESCRIÇÃO NUNCA PERFEITA
DAS TUAS NÁDEGAS EM MINHAS MÃOS
DAÍ FECHO OS OLHOS ENTÃO
E TENTO REVER, QUADRO A QUADRO
O BRILHO DOS TEUS ATOS
SOBRE NOSSA CAMA.
QUERES QUE TE CHAME
DE MINHA MULHER
E FLUI MINHA IMAGINAÇÃO
SAIA CURTA, CALCINHA
QUE VOU TIRAR,
POUCA ROUPA
MESMO ESTANDO FRIO
CAMISOLA AZUL ANIL
E NÃO RESTA CANTO
SOBRE SUA PELE
QUE NÃO TUDO REVELE
E SORVO TUA BOCA
E É UMA TAL DELÍCIA
MANJAR NUNCA DEVORADO
CREME SUAVE, DOCE AVELÃ
FRUTA MINHA
MULHER MINHA
MÃE, MANINHA
E OS SEGREDOS SÃO
TODOS NOSSOS.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

DO PARECER

Parece que foi um sonho
Uma porta se abrindo
O hino nacional de
Um país distante
A guitarra de Mr. B.B.king
Um ônibus logo partindo.
Parece que ouço palavras
Que as folhas se movem
Um relâmpago no céu
O pijamas de bolinhas
As bombas do Camboja
Um assombro meu.
Parece uma canção executada
Pela orquestra de
De San Martin.
Parece uma outra aquela mesma
Bigas, aeroplanos
Pântanos do Marrocos
Meu Deus! Que supermercado
Barulhento
E eu cego a decifrar.
Parece a torre de Pizza
Um homem no caixão
Uma ponte de safena
Arruaça plena
Vôo, vento, coisa feita
Rio de Janeiro no verão
Vagão vesgo, morcegos
Divindades e seus planos
Cantora de ópera
Operação interplanetária
Parece.

MOMENTO

Agora
Eu ando
Torto,
Desequilibrado,
Incerto.


Agora
Eu ando
Desaprumado
Inteiro,
Completo.

CANTIGA DO MENINO DA MÃO QUEBRADA

Menino da mão quebrada do beira mar
Por onde passaram Davi e Letícia
Em direção à Índia
Até descobrirem o Paquistão


Menino da quebrada mão
Que desce a ladeira
Do Beira Mar
Por onde sobem os jovens
Fumados, cheirados, pedrados
Injetados, turbinados.

E por que estais aí sentado
Poeta cansado
Como quem pensa em nada
Menino da mão quebrada
Se minha cantiga é antiga
Como antiga é a Ladeira do Beira Mar
Que mar não tem,
Por onde passam crianças
Fuscas-69, o cheiro de lixo
Denuncia o grau de poluição.
Menino da quebrada mão
Por onde vai minha mente
Meu coração nesta ora
Em que te vejo em ação
No nada
Menino da mão quebrada.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

THE DEAD

à Thimoth Larry



A morte se anuncia ao homem.
O foragido fugindo dos tiros.
“a máscara mortuária de minha mãe
já se anuncia”.

Abro o portão
E um cortejo fúnebre
Atravessa

Num sonho desprotegido
A morte é o tema:
Num esquife de lata
Guardas romanos me transportam.

Ganho um beijo
E no desespero:
O que em mim anunciará
A chegada dela.

Morte premonitada
Decididamente colorida
Felizarda.

VEM!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Besteira 3

Você viu? A senhora de certa idade se ensinuar pro caixa do banco? E ao se despedir mandar-lhe um beijo mais ensinuante ainda? E o rapaz sorrir amarelo exibindo, quase sem querer, nas mãos, a aliança de noivo? E o celular dele tocar e ele falar com a...noiva: - Sim meu bem, vamos sim, hoje a noite naquele show de rodeio. E viu também a senhora ensinuante se afastar meio desconsertada como quem diz: e nós? eu lhe espero. E a fila então não anda, toda gente com contas a pagar. Bendito código de barras. A chuva caindo lá fora. Este tempo me inspira. E o transito molhado da cidade úmida do céu de chumbo leve, sem sol? Viu a floricultura colada no Pet Shop e ficou em dúvida se comprava flores ou passarinho para ela. Talvez um colibri, um papagaio, quem sabe um pintassilgo, Meurro, Uirapuru mas daí já é coisa do Chico e desse não nada posso dizer se não apreciar sua obra. E viu que os anos passam e as senhoras ensinuantes continuam invadindo o banco com suas metralhadoras e roubando beijo depois caixas noivos que amam pelo celular suas noivas que andam pelas ruas molhadas e pisam nas poças de agua e sorriem com seus guarda chuvas e são verdadeiras flores que merecem flores e canticos de passarinho?

Besteira 2

Well. No Besteira 1, eu procurei fazer aquele tipo de exercício da escrita imediata. Infelizmente parece que não agradou, pelo retorno de um seguidor que fez um comentário jocoso que me fez deletar. Espero poder dar continuidade a esse processo de "brincadeira" da escrita imediata. Ou seja: todo que vem à cabeça, coloca-se no papel quase que sem tempo para refletir. Esta é a proposta da escrita imediata. Um exercício que é possivel ser publicado pelo menos no blog. Um beijo à todos os meus seguidores.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

L U G A R E S

Dakar
Nunca fui.
O mais longe foi Manaus
Quiça apenas
P a r á.
Dakar
Belém
Cassino da Urca serve?
Nem sei.
Fui á Santa Maria, serve?
Talvez Cusco
Congo,
Nova Guiné
Marias na minha Vida
Marés
Mares, ares até,
Serve?

ÓCULOS

MEUS VERDADEIROS OLHOS.
SEM TI NADA VEJO
E APESAR DESTA VISÃO
ENTRE VITRINES
SINTO-ME FELIZ CONTIGO,
VIDRO!

terça-feira, 13 de julho de 2010

A PERGUNTA

Através da árvore
Um nada meu olha
Um trecho de lua
Entre nuvens.
Quão pequenino eu
Ante frondosa figura
Que se instaura majestosa
Para o céu, pro nada
Nuvem, lua, árvore
Onde andará minha amada?


O caminhão do bombeiro
Passa enlouquecido
A moça tristonha
Espera sua condução
Os músicos mudos
Recolhem seus instrumentos
Minhas chaves, que portas abrirão?


Músicos, moça,
Nuvem, lua, nada
Onde andará minha amada?

DESNUDES

MINHA ROUPA

DEITA COM A SUA

E FICAM ALI

AS DUAS NUAS

SOBRE A CÔMODA DO QUARTO

DESPIDAS DE NÓS

ENTRELAÇADA TRAMA

NÓS DOIS SOBRE A CAMA

DESPROVIDOS DE TUDO.

Escrita

Mui incentivado por meu gran amigo Glen Martins, sem pudor pus-me a escreve e só saí da primeira edição de algum escrito meu, graças ao referido amigo que sempre ao me encontrar pergunta interessado: Tá escrevendo? E isto já faz quase duas décadas que ouço a estimuladora pergunta. Então trago sempre no bolso uma montoeira de papéis desalinhados e amassados onde muitas vezes anoto a idéia original do escrito que tomará forma depois num dos cadernos que estou sempre organizando. Finalmente vem um sobrinho de empréstimo que apaixonado por computador resolve ficar horas e horas passando a limpo, numa primeira versão, os escritos todos. No computador é reler e reler sempre achando um erro ou um detalhe que escapou-me.

Skay

Skay
Cai do céu
Uma gota d água
Skay
Cai do chão
O grão
Do sim do não
O oco das palavras
Na Bienal Vazia

Dão nomes

Dão nome ao tufão
Que arrasa as Filipinas
Dão nomes dóceis
À catástrofes assassinas
Catrina, Parma
El Nino, Madre, El Nina
E vidas lá se vão,
Pelos ares, pelas águas
Pelas plagas terrestres
Samba em Budapeste
Sombra em Bucareste
Quando se pode driblar O caos
A canção nos salva
Literalmente,
Pelo rádio, pelo silêncio
Pela lembrança
Pelo ar que se respira
As vezes corpo até ginga
Por que não,
Mão violão
Se eu pudesse.

PAYSANDU MEMORY UM

As janelas altas
Meu corpo pequeno
O pátio vazio
O banheiro insalubre
O pátio cheio de crianças
E suas maldades infantis

A sopa de gosto duvidoso
O anfiteatro conquistado
Meu chinelo de dedo
E meus hematomas
Por que estar ali, por que ficar ali?

E lá fora o que haveria?
A desesperança de sempre
O fardo da economia sobre o povo
Atrocidades de novo
E fardados, muitos soldados
E o povo e sua alegria
Inexplicável.

Os ambulantes, as feiras
Os bancos, as lojas
Tanto pra se comprar
E nada, quase nada pra comer
A casa no fim da rua
Payssandu memory um
O galo branco que meu pai
Deu aguardente
A casa do advogado, Dr. sei lá o quê
Lotada de nitroglicerina
Que explodiria um dia.

O Miltom Galindo Filho e sua genitália.
O campinho do terreno baldio
Paissandu memory one, two.


O córrego sujo, o lixão
E as águas com vegetação
E areia movediça
Lasqueira e seu sexo febril
Sua infanto sensualidade.

O céu que se renovava sempre
Minhas irmãs, quatro mulheres
Minhas roupas em desalinho
(até hoje)


Minha música nascendo
Minhas saudades da Bahia
A fuga da primeira escola
Fui ao banheiro e não mais voltei
Também pudera, a professora falava javanês.
Brincar no mato, e fazer piadas
A ordem disso Payssandu ,
Meu cão negão
Meu pai de cócoras
Minha mãe no trabalho
Meu tio Nelson
Sua casa perto da Via Dutra, memory Payssandu
Infância, baby blue.

terça-feira, 6 de julho de 2010

TARDE ATRAVÉS DA JANELA

Lá fora
O céu é nitidamente claro
Na parede branca
Da outra casa vejo
O reflexo do sol

E tudo branqueia em luz

Um código verde
De relva,
De mata,
De selva, completa o quadro.

Com os pés entre as mãos
(por assim dizer)
em fetal posição
a grávida pare o pranto

a hora é ouro
e eu sei porque tudo está assim
claro!
O poeta ama as escondidas
E não pode revelar
Através da janela, o objeto amado.

A presença desnecessária do sol
Confirma o verão que acende
Em seu peito.

DESLIZE

Juro que vi
Suas mãos trêmulas
Tentarem reconstituir
A estória.
Um filme de terror
Alguma coisa como:
Faraós e tumbas
Humor desalinhado
Grãos no chão
Mágica no deserto
Mentes insanas
E um torpor louco
De quem semi existe
De quem está semi morto.
O homem que replantava suas árvores
Que mirava seu ângulo correto.
Alguma coisa entre
A nova
E a velha cozinha francesa
Deuses na mesa
Deus no solar, névoa piramidal
Ar primaveril
Aras, eras, Eros, cavalos
Um lago escorrendo solto
Entre vagas e gerânios
Entre tempos e anos passados
Que não retornam
Como uma estrada única
Sempre ir, sempre seguir
Quase voar
Águia, cristal, Asa
Como um filme e fantasma
Entre tumbas, timbres e faraós
Juro que vi.

sábado, 3 de julho de 2010

Karamó Jurea

Julinho: Conta uma Lenda senhor Antenor.

Seu Antenor: Lenda, lenda indígena tem muita...muita. Mas eu não lembro de nenhuma agora,(pensa) bem que a gente poderia pedir pro AUTOR ,PESQUISAR MELHOR. Eu. Posso contar uma estória...inventada,claro!: (ares de contar uma piada) Conta a lenda que Karamó Juré das Tribo dos Carajás, era muito comilão, mesmo quando os índios já tinham almoçado o seu peixe com biju. E estavam na rede a balançar dando um tempo (o que vai sendo narrado será interpretado pela Tribo UM, a frente da cena, noutro plano ) Só de papo pro ar depois do Vité, ele ia escondido por entre as muriçocas que voam de dia, bisbilhotar nas panelas de barro no fogo do chão, as espigas de milho cozidas. E todas as vezes (imita) ai. ui, ai, ui...era dor de barriga no piá. Kimera Cobi percebeu essa trama de Karamó Juré e contou pro pajé dos Carajás...Conta a lenda que O pajé, o curandeiro da tribo receitou uma erva pra Karamó, que ele passou três dias sem sair do banheiro(rindo) cantando Iamuté, que é o canto de quem é menino levado (explica) pra tomar vergonha na cara. Mas...passadas duas luas ele voltou a fazer o mesmo, pois DOR DE BARRIGA não dá só uma vez. Volta Karamó a correr no meio da Aldeia a chorar seus lamentos, (imita) ai. ui, ai, ui.. Porochó,... vó de Karamó deu uma surra nele que ele foi correndo pra se banhar nas águas do rio buscando alívio das dores e também pra esconder as vergonhas da cara. (pausa). Subiu num pé de árvore e a cobra Maturé transformou menino em Ingátu, o Macaco da cara de gato.
trecho de "A Fazenda Encatada" de J.C.Cordeirovich

sexta-feira, 2 de julho de 2010

VISÕES

Os bravos
Olhos caros
Brancos claros
De Narciso

Os traços
Novos
Aros lisos
Óculos de
Tamires

Os alvos
Calvos crânios
Tântricos
E tantos
Túmulos
Marmóreos
Mortos mornos
Mútuos
Mentem nisto.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Aos seguidores

Quero dar as boas vindas a voces meus seguidores. Espero que me
sigam por longo tempo e que eu possa agradá-los com o material que
pretendo expor neste blog. Confesso que ainda não sei me incluir
em vossos blogs, mas assim que aprender eu o farei. Um abraço fraterno do amigo Cordeiro.