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terça-feira, 13 de julho de 2010

PAYSANDU MEMORY UM

As janelas altas
Meu corpo pequeno
O pátio vazio
O banheiro insalubre
O pátio cheio de crianças
E suas maldades infantis

A sopa de gosto duvidoso
O anfiteatro conquistado
Meu chinelo de dedo
E meus hematomas
Por que estar ali, por que ficar ali?

E lá fora o que haveria?
A desesperança de sempre
O fardo da economia sobre o povo
Atrocidades de novo
E fardados, muitos soldados
E o povo e sua alegria
Inexplicável.

Os ambulantes, as feiras
Os bancos, as lojas
Tanto pra se comprar
E nada, quase nada pra comer
A casa no fim da rua
Payssandu memory um
O galo branco que meu pai
Deu aguardente
A casa do advogado, Dr. sei lá o quê
Lotada de nitroglicerina
Que explodiria um dia.

O Miltom Galindo Filho e sua genitália.
O campinho do terreno baldio
Paissandu memory one, two.


O córrego sujo, o lixão
E as águas com vegetação
E areia movediça
Lasqueira e seu sexo febril
Sua infanto sensualidade.

O céu que se renovava sempre
Minhas irmãs, quatro mulheres
Minhas roupas em desalinho
(até hoje)


Minha música nascendo
Minhas saudades da Bahia
A fuga da primeira escola
Fui ao banheiro e não mais voltei
Também pudera, a professora falava javanês.
Brincar no mato, e fazer piadas
A ordem disso Payssandu ,
Meu cão negão
Meu pai de cócoras
Minha mãe no trabalho
Meu tio Nelson
Sua casa perto da Via Dutra, memory Payssandu
Infância, baby blue.

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