Powered By Blogger

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

VOCÊ POR PERTO



FOGUEIRA ACESA
VOCÊ DISTANTE
GELEIRA DESCABIDA
FALTA O SOM DA TUA VOZ
TEU OLHAR, TEU AR, TEU HÁLITO
TEU SUOR EM MIM
TE QUERO ASSIM, POR PERTO
GRUDADA ATÉ O FIM
POIS TUDO TEM
E NÃO SOMOS NÓS
QUEM QUEBRARÁ ESTA LÓGICA

Lembro do moleque
Feito criança a exercitar músculos
Em instantes de nada fazer.

“o João Vieira de Almeida”
com seu toque de recolher
no começo da aula um sinal,
filas e filas no pátio e
o Hino Nacional.

A minha miopia acentuada
Tudo em si, quase um nada:
As primeiras letras,
O alfabeto por fim
As primeiras palavras, sons sentidos
Zunidos, gritos.
Lembro daquele lugar.
Lembro-me
Descendo a ruela de terra
Sou tanto eu aos sete
Olhando o rio volumoso
Rio caudaloso
De pequenas embarcações
Sou tanto eu aos sete
Sentindo o sexo
Entre as coxas
Nave do que sou
De nada, do tempo
Lembro.
Lembro-me
Na aurora
Num raiar das horas
Aos doze tão existencial
Como aos vinte
Antes dos trinta
Tão nunca, tão nada
Eu, nuvem, raio
Neve, nave
Dormência de dedos meus
Assim no tempo
Lembro.