Powered By Blogger

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

E VEM COM A HORA

O poema de Delfos
A Lua e seus enigmáticos ares
Olhai o verso
Com o qual inscrevo
Nossas mais recônditas
E inenarráveis viagens


Vem com a hora
Um presente fugaz
Pesadelo.
Como se o segundo fosse único
Enredados no acaso
Qual fosse então um novelo
Não de linhas nem de lãs
Mas de idéias.


Vem com a hora
E é como se as palavras
Lavradas no nada,
Tudo quisessem dizer:
Rasura minha,
Um poema
Som, sou,
Ser.

ESCRAVO, ESCREVO

I.

Um demônio de pica dura
Toca flauta
Meu amigo que não está
Ronca na sala.

Os seres saem de onde estão,
Vão.

As ruas estão violentas,
Andas a pé?
Choras a morte de quem?
De quê?

Perceba que a matéria e nada
E que uma música, como diz Cecília,
Toca ao longe.
E bem cedo o velho sol vai nascer,
Crê.
Cinco milhões de vezes mais.

zona de confronto

OS HOMENS QUE SE CONFRONTAM MUTUAMENTE
MUITAS VEZES ATRAVÉS DAS PALAVRAS,
PALAVRAS ESTAS QUE TÊEM MIL SIGNIFICADOS,
BUSCAM UMA ÚNICA SAÍDA
NA PORTA ESTREITA DA VIDA SOCIAL.

ENFRENTAM-SE OS HOMENS ATRAVÉS
DAS ATITUDES E O ACASO FAZ DE TUDO UM
J O G O

SE EU PUDESSE DESCREVER O AMOR
COM PALAVRAS QUE PREVINAM TRAGÉDIAS,
SE EU PUDESSE DIZER QUE TENHO NAS MÃOS
ESSA FLÔR DE PÉTALAS DE PELE
DAS NAÇOES, DAS ETNIAS
EU DIRIA SEM PESTANEJAR;
QUE HAJA O CONFRONTO UNIVERSAL
E QUE SOBREVIVA O AMOR.

Nomes

Dão nome ao tufão
Que arrasa as Filipinas
Dão nomes dóceis
À catástrofes assassinas
Catrina, Parma
El Nino, Madre, El Nina
E vidas lá se vão,
Pelos ares, pelas águas
Pelas plagas terrestres
Samba em Budapeste
Sombra em Bucareste
Quando se pode driblar O caos
A canção nos salva
Literalmente,
Pelo rádio, pelo silêncio
Pela lembrança
Pelo ar que se respira
As vezes corpo até ginga
Por que não,
Mão violão

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sobre o Rio

LA VEM VINDO ALGO ASSSIM
RIO POLUIDO
TEMPO PASSADO
MARIO DE ANDRADE CANTANDO
SUA ODE A CIDADE
ATRAVÉS DO RIO
ELEMENTAIS
FALAM PALAVRAS
CRIAM CASO
CANTAM DEMAIS
A CANÇÃO EM CORO
NUM DITIRAMBO
NUM BAMBO CORTEJO
DE LUAS
LÁ VEM VINDO