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terça-feira, 26 de abril de 2011

Da série: as últimas horas do milênio:

Papel e papeis amontoados,
As vezes abandonados e
Blocos, cadernos, folhas,
Caderneta, bloquinho, agenda
Perdidas e sobra de folhas
Bordas de jornal, papel de embalagem de pão
De alguma padaria do Centro Velho
E tuas nádegas , tuas coxas
Meu delírio , os teus beijos
E ainda bem que existe
Esta hora que do milênio
É uma última, sem retrocesso
Como o progresso dos fatos
A evolução e a essência redundante
Do momento da descoberta da coberta
E teu corpo entre
E devaneios e silvos teus
Ainda bem que existe silêncio
Pra ser escutado, pra ser sentido
Pra ser envolvido por nossos
Gemidos poéticos com os últimos
Instantes do milênio
E ainda bem que existem canetas, lápis, pincel,
resultado de tintas
E atritos
Motricidade, idéias
Tarde através da janela
E calçada molhada refletindo
Cegamente o sol, luz, automóveis
E mãos de mulher.
Pessoas, mulheres, mãos lavando
E que existe água, panos, baldes
Limpeza de pele, superfície de brilhos intensos
De reflexos , de luz, de mulher
Lavando paredes, concretos,
E telefones e sons e o pessoas
Que chamam na tarde
E então, após devorar-te
Arte
Renasceria sem morrido Ter.

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