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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cafés Num Café Movie (trecho)

A porta se entre abriu e eu disse pra ela entrar pois ficar ai parada na porta não vai resolver nada. As soluções não chegam assim de repente, afinal a estas horas da madrugada quase nada se move e não podemos fazer nada. Eu sempre gostei deste meu “nada se pode fazer” por que é uma mistura de indecisão com certeza que eu nunca tenho nestas horas. Ela permaneceu ali parada na porta. O carro afastava-se ao longe na estrada que da cama com o aberto da porta eu avistava . Esta cidade está mesmo virando um caos, daqui a pouco passam uma rodovia bem dentro deste quarto, e a minha cama ficará no canteiro central da estrada. Fico imaginando os carros passando dos dois lados em volta da minha cama e eu tentaria dormir entre o ronco de um motor e outro. Eu ria e ao mesmo tempo olhava para ela. O auto posto na esquina abaixo e suas luminárias de neon incandescentes tremeluziam na névoa fria da madrugada e Betsie com sua maquiagem desgastada e seu ar de preocupação, indicava que não havia nada a fazer, seus gestos vagos e sua incompreensão da presente cena da realidade que estava vivenciando. Que foi? Vai ficar aí parada minha linda, dizia eu pra ela; vem pra cá, a noite ainda custa a terminar, afinal de contas os cobertores ainda estão aquecidos e você pode pegar um resfriado nesta corrente da manhã que vem chegando. Aliás eu não sei bem porque passamos a noite quase em claro, quase sem pregar o olho. Isso faz parte da idade, alguém diria, velhos não dormem tanto. Betsie vai,(...)

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